Nébula Rasa

Forçando as conexões mentais

(Este é um tópico experimental. Nunca houve um desses no Nebulosa antes, vou logo a dizer. Pretendo digitar o post inteiro sem corrigir ao menos uma frase. É um experimento, seu animal, já disse o porquê. Já o objetivo do experimento é dar-lhe a oportunidade de examinar a maneira como meu cérebro funciona, entrando em contato direto com o hemisfério direito da minha cabeçorra, livre dos requintes idiotas e desnecessários de razão que partem do lado esquerdo como um maldito revisor do Word. Aviso de antemão que, ao transcrever exatamente as palavras que vão surgindo na cabeça, são capazes de aparecer palavrões, frases desconexas e inconcordâncias gramaticais. Meio de doer os olhos, mas fazer o que? Deu na telha. Obrigado.)

Hoje é um dia muito especial para os que acompanham este blog, pois é uma sexta-feira. “Dia de lobisomem”, como dizia o Vovô Coffe. Engana-se você, leviana ovelha, se pensa que é uma sexta-feira usual esta. Não uma sexta-feira comum, uma sexta-feira única em sua vida muito embora. Continue lendo! Prepare um refresco para maior aproveitamento do conteúdo a ser lido, neste meio tempo eu vou pensando no que escrever.

Muitos que me acompanham a escrever desde a década de 80, quando os blogs se limitavam ao espaço físico das portas de banheiro masculino, indagam qual é a fonte mágica das idéias para as minhas historinhas de ficção. “Sei lá, porra”. E não sei, mesmo. Isso porque a parte criativa do meu cérebro, assim como o seu, é um exímio escritor de ficção filho da puta que não mostra seu rascunho à multidão até ele achar que o mesmo está belíssimo — e você pensava que meu cérebro era límpido e cheio dos termos bonitos. Em palavras mais agradáveis aos seus olhos, o responsável pelo setor da imaginação é o inconsciente, que artefaz aquela idéia criativa e só depois de pronta repassa ao seu consciente.

O artesão danado que é o inconsciente, no entando, necessita de matéria-prima para construir uma nova idéia: as matérias primas podem ser estímulos, figuras, páginas de livros ou a combinação de ambas, de preferência aquelas que não existem e com as quais você nunca imaginou brincar. Lembra-se dos livros infantis que permitiam colocar o rabo da zebra no coelho ou a cabeça da girafa no mexilhão? Tais estímulos absurdos forçam o cérebro a trabalhar de uma maneira completamente nova, propenso a elaborar idéias mais originais.

Um procedimento menos infantil para alcançar idéias criativas é elaborar uma tabela com vários adjetivos e substantivos e depois combiná-los de forma aleatória. Um exemplo bem simples é a criação de cenários hipotéticos. Eis que vos apresento, depois dessa pincelada introdutória pequena, o segredo das minhas idéias: O poderoso e eficaz CUBAN RANDOMIZER v3.0. Não, não vou mostrar o código, apenas exibir o que ele faz. Basicamente é um programa em perl que lê uma tabela com diversas palavras e depois gera um cenário aleatório. Quando preciso escrever um post, qualquer que seja o tema, sempre dou uma espiada antes nas possibilidades criativibundas que esse programinha tem a me oferecer. Geralmente a idéia salta no ato.

Leia um por um e tente se imaginar em um desses mundos. Duvido que você não saia cambaleando pela porta, cheio de novas idéias para presentear a namorada ou elaborar um novo logotipo para a sua micro-empresa.

Estâncias naturais e agradáveis

Um reino de urânio em uma realidade virtual, onde habitam animais selvagens cantantes, comandados por uma poderosa entidade psíquica. Um lugar para onde as famílias nobres incontestavelmente mandam seus filhos para serem educados e cujo idioma muta de tempos em tempos. Este local, onde o contato com a natureza foi preservado, é aterrorizado por formigas. (Malditas formigas!)

Mundos assustadores

Um barco de enxofre em uma terra pós-apocalíptica, onde habitam espíritos vermelhos, comandados por um regime militar. Um lugar onde a efervescência cultural atrai estudiosos de várias regiões e até raças distintas, como bananas das trevas invasoras de corpos, astrólogos-cabeças satânicos e até mesmo insetos… e onde o conhecimento à magia é comum e congelante. Este local, onde chove sangue, foi construído por bruxas. (Praticamente uma Casa do Terror do Playcenter.)

Um país de paredes eletromagnéticas no Inferno, onde habitam monges ciborgues, comandados por um deus. Um lugar conhecido pela produção de excremento e que comercializa gigantes de lama para anjos albinos fascistas. Uma comunidade notável devido às habitações feitas de ossos. (Jogadores de RPG, copiem a vontade.)

Uma colméia de excremento em outra galáxia, onde habitam gaivotas invasoras de corpos com propósitos científicos, comandados por uma grande corporação. Um lugar onde a gravidade é muito mais alta que o normal. Este local, onde o conhecimento à magia é comum, foi construído por plantas mutantes sem filhos e atualmente é aterrorizado por nerds completamente normais. (JKASDHLKJSDHKLJSA)

Um labirinto de metal em outra galáxia, onde habitam anfíbios regidos por um capitalismo selvagem e voraz. Um lugar constantemente ameaçado por chuvas de ossos — uns dizem que a culpa é dos(as) cavaleiros templários, outros que a culpa é dos(as) físicos…. Este local, onde o tempo passa mais devagar, foi construído por fãs de Star Wars. (Notável aqui o humor ácido dos compiladores perl.)

Uma colméia de hectoplasma em outra dimensão, onde habitam vacas, comandados por um deus. Um lugar onde chove sangue. Este local, que cultua a tecnologia, é aterrorizado por escorpiões satânicos siameses. (Como diria um amigo meu quando me tornei vegetariano, “Se as vacas tivessem a oportunidade, elas comeriam você e toda a sua família.”)

Uma construção de ossos na Lua, onde habitam humanos hipnotizados por uma corporação. Um lugar levantado ao redor de uma construção de carne e onde todos são insanos. Todos os habitantes são privados de um dos sentidos. (Meio 1984, meio Cybercops…)

Um paraíso de enxofre dentro de um vulcão, onde habitam mulheres enlouquecidos(as), governadas por um conselho de anciãs. Um lugar de tradição bélica e onde a gravidade é muito mais alta que o normal. (Mad Max em Júpiter)

Lugares curiosos

Um domo de adesivos no Céu, onde habitam zumbis de beleza divina, uma utopia socialista. Um lugar cuja medicina é a única que sabe os segredos de como tratar uma terrível doença chamada “asfalto dos índios”… e onde a noite é muito mais longa do que o normal. Este local, cuja localização muda de tempos em tempos, foi construído por brinquedos. (E tudo acabou quando Dr. Robotnik morreu e os grandes navegadores espanhóis trouxeram a Perestroika até o planeta Rússia.)

Uma casa de porcelana nos céus, onde habitam extraterrestres-computadores, comandados por uma corporação. Um lugar conhecido pela manufatura de remédios a base de água, lava e chocolate… e levantado ao redor de uma montanha de pelúcia. Este local, cuja medicina é a única que sabe os segredos de como tratar uma terrível doença chamada “silicone do espaço”…, foi construído por judeus voadores. (WAT)

Uma fortaleza de cristal dentro da Terra, onde habitam computadores-anfíbios multicoloridos, uma utopia socialista. Um lugar que comercializa tomates de porcelana para esqueletos-militares. Este local, onde o aprendizado é cultuado, é aterrorizado por mulheres. (Passagens só de ida, favor se dirigir ao guichê de LSD da balada LGBT+ mais próxima.)

Uma floresta de gelatina no espaço, onde habitam insetos, comandados por um grande pirulito. Um lugar onde não há noite e cujos habitantes se alimentam de graxa. Este local, assombrado por uma terrível doença contagiosa, foi construído por planárias fascistas. (Nunca deixe o poder na mão de alguém que consegue se dividir e que habita os intestinos de gatinhos.)

Mundos utópicos

Uma montanha de cogumelos em um lugar desconhecido, onde habitam gnomos cantantes, comandados por um deus. Um lugar onde a noite é muito mais longa do que o normal. Este local, constantemente ameaçado por chuvas de chocolate — uns dizem que a culpa é dos mutantes, outros que a culpa é das mamães…, é aterrorizado por físicos de piche licantropos. (Utópico, tirando os físicos.)

Se você esperava encontrar uma conclusão, assim como acontece nas redações dissertativas, se enganou bonitamente.

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