A Via Láctea como você nunca viu
Parece mais um screenshot de um MMORPG futurista ou uma tentativa bastante habilidosa de arte em computação gráfica, mas a foto abaixo é real, tirada em alta exposição de dentro de uma caverna (terráquea) no deserto de Utah, Estados Unidos.

Via Láctea vista pela abertura de uma caverna em Utah, Estados Unidos
O que mais me chamou a atenção nesta foto foi o planeta Júpiter no lado esquerdo superior, a imensidão do diâmetro do aglomerado estelar leitoso de aproximadamente 1.000 anos-luz e o gnomo nu dançando no canto inferior, mas que só os puros de coração vêem (como no caso dos discos voadores de 14 de outubro).
A galáxia em espiral, que não pode ser vista a olho nu, foi fotografada pelo fotógrafo Wally Pacholka usando uma lente de 50mm e 30 segundos de exposição – tempo suficiente para acumular bastante brilho da Via Láctea em céu aberto, mas não o suficiente para capturar as estrelas se movendo.
A velocidade aparente das estrelas diminui conforme cresce a latitude do observador. Para nós no Brasil, que estamos mais próximos da linha do Equador, 30 segundos de exposição é como fotografar o céu de dentro de um carrossel. Tá, nem tanto, vai… mas 15 segundos de exposição já são suficientes para observar movimento das estrelas. “Precisei dirigir por mais de 800 milhas 5 vezes para conseguir essa foto. Tive que escalar duas milhas até a caverna e novamente à noite, me perdendo toda vez que eu saía”, disse o fotógrafo.
O lugar que Wally escolheu fica a sudeste de Salt Lake City e e stima-se ter 300 milhões de anos, havendo sido habitada por muitos povos indígenas, cujos indícios de permanência na área ainda são evidentes, como pinturas rupestres e lascos de cerâmica. Acredita-se que o círculo de pedras na foto foi utilizada por nativos americanos para cerimônias e partidas de RPG por volta do ano 900 dC.
A iluminação da caverna proveio da lua crescente, que foi o bastante para clarear aquela região praticamente isenta de luzes artificiais. Lindeza pura.